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Libertar-se do Passado: Como Deixar de Repetir Padrões nas Relações

Está cansado de repetir os mesmos padrões nas suas relações? Descubra como quebrar ciclos do passado e construir relacionamentos mais conscientes e saudáveis.


Todos conhecemos aquela sensação de “porque é que isto me volta sempre a acontecer?”. Às vezes, é uma escolha repetida de parceiros parecidos. Outras vezes, são as mesmas discussões, as mesmas feridas, os mesmos medos que se manifestam, mesmo quando a história parece diferente.


Repetimos padrões — muitas vezes sem perceber. Mas a boa notícia é que isso não é destino, é um convite à transformação. Ao tornar-se consciente dos seus próprios mecanismos, pode finalmente libertar-se do passado e criar relações mais leves, autênticas e alinhadas consigo.


O que são padrões relacionais repetitivos?

Padrões relacionais são formas automáticas de pensar, sentir e agir que se repetem nas nossas relações — românticas, familiares, de amizade ou profissionais. Normalmente, nascem das primeiras experiências de vínculo e são aprendidas como formas de proteger a nossa ligação emocional.


Alguns exemplos comuns:

  • Escolher sempre parceiros indisponíveis emocionalmente

  • Sentir que tem de se anular para manter o outro por perto

  • Reagir com distância quando sente que alguém se aproxima

  • Atrair situações de rejeição ou abandono

  • Viver relações com conflito constante e instabilidade emocional


Estes comportamentos não surgem de uma decisão consciente — são padrões inconscientes que foram úteis num outro tempo, mas que hoje podem sabotar a sua capacidade de se relacionar de forma segura e plena.


Por que repetimos o que nos magoa?

À primeira vista, parece contraditório: por que haveríamos de nos colocar repetidamente em situações que nos fazem sofrer?


A resposta está em dois movimentos fundamentais da experiência humana:

  • Afastamento da dor

  • Aproximação do prazer


Paradoxalmente, o que parece prazeroso hoje — como agradar sempre ao outro para evitar discussões — pode ser uma fuga de uma dor antiga: o medo de ser rejeitado por expressar o que sente.

E o que nos atrai pode ser, inconscientemente, uma tentativa de reparar emocionalmente algo que ficou por resolver: sermos finalmente escolhidos por alguém que nos recorda quem nos magoou.


Repetimos o que é familiar, não necessariamente o que é saudável.

Até que se torne consciente, o padrão repete-se como se fosse inevitável.


É natural que o primeiro impulso de mudança surja do sofrimento — da vontade de evitar mais dor. E esse pode ser um ótimo ponto de partida. A dor mostra-nos o que não queremos mais viver. Mas se ficarmos apenas focados em fugir do sofrimento, corremos o risco de continuar a mover-nos dentro do mesmo campo: a dor continua a ser o centro, mesmo que tentemos evitá-la.


A verdadeira transformação acontece quando começamos a definir o que nos aproxima da felicidade, do bem-estar, da liberdade de ser. Quando deixamos de viver apenas em reação ao que nos magoa e passamos a viver em direção ao que nos inspira.


Não basta saber o que não queremos. Precisamos descobrir — e escolher — o que realmente queremos viver.


É esse movimento — de fuga da dor para aproximação do prazer com consciência — que nos permite sair do ciclo e entrar no caminho da construção de relações mais saudáveis, conscientes e alinhadas com quem somos.


Quebrar ciclos é possível — com consciência, prática e, por vezes, ajuda

A transformação real acontece fora dos momentos de tensão. É no chamado “trabalho a frio” — quando estamos fora da situação — que podemos identificar padrões, reconhecer emoções e definir estratégias alinhadas com quem realmente somos.


Este trabalho de preparação permite que, mais tarde, no momento “a quente”, entre o impulso e a resposta, haja espaço para respirar, observar e escolher diferente.


E se, ainda assim, reagirmos no automático — o que é natural — o mais importante é evitar a autocrítica. O simples facto de nos apercebermos do padrão depois do acontecimento já é progresso. Esse momento pode ser acolhido com gratidão, pois mostra que já existe consciência. A partir daí, podemos ajustar estratégias e preparar novas respostas. Esta mudança de perspetiva — de frustração para aceitação — é o que torna o processo sustentável.


Muitas vezes, contar com apoio externo pode ser um catalisador precioso. O acompanhamento certo não nos dá respostas, mas ajuda-nos a descobrir as nossas — com clareza, presença e apoio seguro.


A chave da mudança: presença e alinhamento interior

A mudança começa com atenção e presença. É quando paramos para escutar o que está vivo dentro de nós, com curiosidade e compaixão, que o processo se inicia.


Em vez de julgar os padrões, podemos perguntar: O que estou a sentir agora? O que esta situação me faz lembrar? Qual é o padrão que está ativo? Que necessidades estão por trás da minha reação? O que é que, hoje, quero escolher de forma diferente?


Este caminho pode ser vivido através de quatro movimentos transformadores: Perceção, Compreensão, Experiência e Transformação.


  • Perceção: estar presente ao que sinto agora.

É o momento em que reconheço o desconforto dentro de mim — um aperto, um medo, uma contração emocional.Perceber é dar espaço ao que surge antes de reagir. É o contrário do piloto automático: é presença verdadeira no aqui e agora.


  • Compreensão: recordar que tenho recursos e posso escolher.

Neste ponto, reconhecemos que já não somos a mesma pessoa de quando o padrão foi criado. Temos recursos, aprendizagens e escolhas diferentes.

Compreender é lembrar:

  • “Não preciso de reagir como antes.”

  • “Posso usar as ferramentas que tenho.”

  • “O meu valor não depende da aprovação do outro.”


  • Experiência: agir com consciência, em vez de reagir no automatismo.

É aqui que experimentamos o novo. Não se trata de forçar mudanças, mas de testar, com presença, aquilo que está mais alinhado com quem somos hoje.


Pode ser:

  • Respirar fundo antes de responder

  • Assumir a vulnerabilidade em vez de controlar

  • Escolher o silêncio em vez da reatividade

  • Dizer "não" com amor-próprio

É uma prática. E cada pequena escolha consciente fortalece o novo caminho.


  • Transformação: a liberdade de ser quem sou. Quando a perceção, a compreensão e a experiência se integram, surge a verdadeira transformação. Deixamos de viver a vida em função dos padrões e passamos a agir em coerência com a nossa verdade. É quando dizemos: “Desta vez, não reagi como antes. Respondi como quem realmente sou.” E é aí que nasce a liberdade emocional.


O passado não define o futuro — mas pode ensiná-lo

Ressignificar o passado é escolher dar-lhe um novo lugar dentro de nós. Não apagamos o que vivemos, mas deixamos de o usar como guião para o presente. Cada dor pode tornar-se uma aprendizagem. Cada padrão, uma bússola de autoconhecimento. Tudo começa com uma pergunta: “O que posso escolher agora, que honre quem sou e o que quero construir?”


Práticas que ajudam a quebrar padrões


  • Escrita consciente:

    Regista os teus padrões, emoções e insights. Nomear já é começar a libertar.


  • Respiração consciente e meditação:

    Ajuda a interromper o piloto automático e cria espaço interno para novas escolhas.


  • Diálogo interno compassivo:

    Fala contigo com empatia: “Estou a aprender. Estou a crescer.”


  • Observação dos gatilhos:

    Repara em situações que ativam emoções intensas — são portais de transformação.


  • Visualização de novas respostas:

    O cérebro aprende com a imaginação. Visualiza-te a responder de forma alinhada contigo.


Libertar-me é um processo, não um evento. Não há mudança instantânea, mas há momentos de viragem, instantes em que, pela primeira vez, escolho diferente. E, com cada escolha, deixo de repetir para começar a criar. Libertar-me do passado é um ato de amor próprio, consciência e coragem. Não preciso de repetir o que já conheço, mas posso construir o que deseja — com verdade, presença e liberdade.



Não adie mais e experimente ... porque merece investir em Si ❤️!


📞 Psicoterapeuta Alexandra Pereira: 969 448 409



❓ Perguntas frequentes sobre padrões emocionais e relacionais (FAQ)

🔹Por que é tão difícil mudar padrões mesmo tendo consciência deles?Porque a mudança requer mais do que saber — requer prática emocional, paciência e autorregulação. E é possível!

🔹É possível mudar sem terapia?Sim. Mas a terapia pode acelerar e sustentar esse processo, oferecendo suporte e estratégias alinhadas com a sua jornada.

🔹O que fazer quando percebo que o padrão voltou a surgir?Acolher com gratidão. Observar sem julgamento. Rever a situação e preparar novas respostas. Isso é mudança em ação.


Repetir padrões não é fraqueza — é um reflexo de estratégias antigas de sobrevivência emocional. Libertar-se deles é força. É presença. É uma escolha.


Se este tema ressoou consigo, partilhe com quem também precisa quebrar ciclos. Merece viver relações que o nutram — não que o limitem.



Outras fontes de referencia:


  •  Gabor Maté - "Trauma" - explora como traumas não resolvidos moldam nossos comportamentos e relacionamentos. 🔗 drgabormate.com/trauma

  • Joe Dispenza - Recursos sobre como mudar padrões mentais e emocionais para transformar relacionamentos. 🔗 drjoedispenza.com

  • Sadh Guru - "Libertando-se das suas limitações" Reflexões sobre como permanecer em paz mesmo diante de adversidades. 🔗 isha.sadhguru.org




 
 
 

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